Um ano de reconstrução: obras da EGR reerguem rodovias do Rio Grande do Sul após enchente histórica
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As enchentes históricas que atingiram o Rio Grande do Sul em maio de 2024 deixaram um rastro de destruição sem precedentes. Fortemente impactado pelo fenômeno El Niño, o estado viu colapsar trechos inteiros de rodovias, taludes desmoronarem, pontes serem arrastadas pela força das águas e comunidades ficarem isoladas por dias. Um ano depois, a resposta da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) mostra resultados concretos. Com um esforço emergencial contínuo, a empresa finalizou uma série de obras,com recurso provenientes do Plano Rio Grande (Funrigs), que restauraram a infraestrutura viária em regiões essenciais para o turismo, a economia e a vida cotidiana de milhares de gaúchos.
“Mesmo com uma equipe enxuta, conseguimos entregar resultados surpreendentes, especialmente em momentos tão desafiadores como os que enfrentamos. Cada obra, cada ação emergencial, cada esforço tem o comprometimento de profissionais dedicados, que entenderam a urgência e a importância de dar respostas rápidas à população. É gratificante ver o reconhecimento desse empenho nas rodovias e nas comunidades por onde passamos,” afirma o Diretor-Presidente da EGR, Luís Fernando Vanacôr.
Implantação da Nova Ponte sobre o Rio Forqueta
ERS-130, km 75 (Entre Lajeado e Arroio do Meio)
Entre as principais entregas, está a nova ponte sobre o Rio Forqueta na ERS-130, conectando Lajeado e Arroio do Meio. A estrutura anterior foi destruída pela força das águas em 2 de maio de 2024. Dada a urgência e a importância estratégica da rodovia, a reconstrução foi concluída em um tempo recorde de sete meses.
A nova ponte é 5 metros mais alta que a anterior, totaliza 172 metros de comprimento (51 metros a mais), possui 10,7 metros de largura com duas pistas, e um vão livre de 2,10 metros para maior resiliência a futuras cheias. Além disso, incorpora faixa de pedestres e ciclovia. Foram empregadas 234 toneladas de aço e 2.227 m³ de concreto, totalizando 5.560 toneladas de materiais.
A obra completa, totalizando 512 metros, incluindo os acessos, representou um investimento de R$ 22,6 milhões (R$ 14,05 milhões na ponte e R$ 8,30 milhões nos aterros), resultando em uma infraestrutura moderna e adaptada às mudanças climáticas.
Reconstrução e Contenção de Taludes
ERS-129, km 88 (Muçum)
Na ERS-129, km 88, no município de Muçum, foi realizada a complexa reconstrução do talude de aterro. A erosão causada pelas chuvas intensas abriu uma cratera de 45 metros de profundidade – equivalente a um prédio de 13 andares – com 100 metros de extensão e 15,5 metros de largura. A obra, fundamental para uma região de grande importância agropecuária e industrial, exigiu cerca de 11 mil viagens de caminhões para transportar o material necessário ao reparo, restabelecendo a mobilidade local. O custo desta intervenção foi de quase R$ 9 mihões.
ERS-115, km 25 (Entre Gramado e Três Coroas)
Outra significativa reconstrução de talude de aterro ocorreu na ERS-115, km 25, entre Gramado e Três Coroas. Chuvas de volume histórico em maio de 2024 levaram à perda total do pavimento no local em 2 de maio, criando uma ruptura de 70 metros de extensão, 10 metros de largura e 20 metros de profundidade. A restauração desta rodovia, vital para uma importante região turística, teve um custo de R$ 3 milhões.
ERS-115, km 38 (Gramado)
Também na ERS-115, no km 38, foi necessária uma obra de contenção de talude em um ponto onde avaliações técnicas identificaram um processo contínuo de desestabilização do terreno, provocado pelas chuvas torrenciais, que ameaçava avançar sobre uma propriedade privada. Os trabalhos incluíram escavação, a construção de um muro de contenção em gabião e o reaterro do talude, com um investimento de mais de R$ 2 milhões..
ERS-235, km 5 (Nova Petrópolis)
Na ERS-235, km 5, em Nova Petrópolis, o talude de aterro rompeu devido ao excesso de chuvas acumuladas, fenômeno associado ao El Niño que impactou severamente o estado. A EGR realizou a reconstrução deste segmento com um custo de R$ 1,5 milhão .
ERS-235, km 52 (São Francisco de Paula)
Mais adiante na ERS-235, no km 52, município de São Francisco de Paula, o corpo da estrada sofreu uma ruptura em julho de 2024, consequência das fortes chuvas de maio. O buraco atingiu 50 metros de extensão, 10 metros de largura e 10 metros de profundidade. A obra de reconstrução do talude de aterro foi essencial para restabelecer a ligação entre Canela e São Francisco de Paula, custando quase R$ 1 milhão.
ERS-129, km 95,5 (Entre Muçum e Vespasiano Corrêa)
Na ERS-129, km 95,5, uma ruptura no corpo da estrada afetou a ligação entre Muçum e Vespasiano Corrêa. O dano, com 60 metros de extensão, 5,5 metros de largura e 5 metros de profundidade, comprometeu a principal via de conexão entre municípios vizinhos e o acesso à BR-386 para cidades como Casca, Guaporé e Dois Lajeados. A EGR promoveu a reconstrução do talude neste ponto crítico, com um custo de R$ 426 mil .
Renivelamento de Pavimento
ERS-115, km 23 (Três Coroas)
Além das reconstruções de taludes, foi realizado o renivelamento do pavimento na ERS-115, km 23, na cidade de Três Coroas. Neste local, a movimentação de material de encosta (colúvio) causou um desnivelamento de aproximadamente 17 centímetros, com pontos de adensamento severo, comprometendo o conforto e a segurança do tráfego. A obra, que corrigiu a irregularidade da pista, custou mais de R$ 800 mil.
Remoção de Material de Deslizamentos
ERS-129, km 89 (Muçum)
Os deslizamentos de terra também exigiram intervenções emergenciais. No km 89 da ERS-130, a ruptura do talude de corte em 18 de julho de 2024, causada por chuvas torrenciais, desestabilizou a encosta e atingiu cerca de 150 metros da rodovia. Foi necessária a remoção de 7.000 m³ de material, um trabalho que custou R$ 2,5 milhões.
ERS-130, ERS-129 e RSC-453 (Deslizamentos Múltiplos)
A remoção de material proveniente de deslizamentos nos taludes de corte foi realizada em múltiplos trechos: na ERS-130 (do km 94 ao km 96), na ERS-129 (do km 79 ao km 91) e na RSC-453 (km 75). A desestabilização ocorreu em 18 de julho de 2024 devido às chuvas intensas. O custo total para a limpeza e desobstrução dessas áreas foi de quase R$ 2 milhões.
Obras que garantiram alternativas para o tráfego
Enquanto reconstruções estruturais eram realizadas, a EGR executou obras para garantir a circulação de veículos e minimizar os impactos à mobilidade regional.
Passagem Molhada
Uma das ações foi a construção de uma travessia do tipo “passagem molhada” sobre o Rio Forqueta, localizada entre Arroio do Meio e Lajeado, próxima à ponte do Exército. Com extensão total de 400 metros e investimento de R$ 2,3 milhões, a estrutura foi projetada para assegurar o tráfego local durante a construção da nova ponte na ERS-130.
Pavimentação da Linha São Luís
A EGR promoveu melhorias no pavimento da estrada vicinal da Linha São Luís, em Muçum, que passou a ser utilizada como desvio alternativo após o colapso da pista no quilômetro 88 da ERS-129. A intervenção, que teve custo de quase R$ 3 milhões, permitiu o escoamento da produção local e o deslocamento da população enquanto a reconstrução do trecho principal era realizada.
